Santa Catarina segue consolidando sua posição de destaque nas exportações brasileiras de carnes. Mesmo com leve retração nos embarques de outubro, o estado registrou, no acumulado de janeiro a outubro de 2025, o melhor resultado da série histórica tanto em volume quanto em receita, segundo dados da Epagri/Cepa.
A agricultura possui fatores biológicos, tecnológicos e climáticos decisivos para a produção agrícola. São aspectos que tornam muitas vezes a projeção da safra imprevisível. Mais recentemente, a geopolítica tem influído no mercado e na perspectiva futura de plantio.
A variedade de arroz SCSBRS126 Dueto, desenvolvida pela Epagri em parceria com a Embrapa, acaba de receber reconhecimento internacional por sua contribuição à segurança alimentar e à adaptação da agricultura às mudanças climáticas. O material foi finalista mundial do “Prêmio da Aliança Global de Bioeconomia para Impacto e Liderança em Bioeconomia 2025” (GBA Award for Impact and Leadership in Bioeconomy 2025), promovido pela Global Bioeconomy Alliance da Novo Nordisk Foundation, na Dinamarca. O prêmio foi concedido durante a conferência anual da GBA em Copenhague, Dinamarca, que ocorreu de 29 de setembro a 3 de outubro de 2025.
O arroz Dueto foi finalista mundial do Prêmio da Aliança Global de Bioeconomia para Impacto e Liderança em Bioeconomia 2025 (Fotos: Divulgação/Epagri)
Entre propostas de diversos países, a Dueto se destacou entre as cinco melhores do mundo, graças à sua inovação tecnológica e ao impacto social e ambiental comprovado. O projeto premiado, “Melhoramento de Arroz para temperaturas extremas no enfrentamento das mudanças climáticas objetivando segurança alimentar: o caso de sucesso da variedade SCSBRS126 Dueto”, é coordenado pelo pesquisador Rubens Marschalek, da Estação Experimental da Epagri em Itajaí (EEI), e desenvolvido pela equipe do Projeto Arroz, formada por pesquisadores e extensionistas da empresa.
Tecnologia e resiliência
Fruto de 15 anos de pesquisa e de uma sólida rede de cooperação entre Epagri, Embrapa e Udesc/CAV, com apoio de CNPq, Fapesc, Finep e Capes, a Dueto foi lançada comercialmente em 2023 e hoje está presente em mais da metade das áreas de arroz irrigado de Santa Catarina.
O diferencial do arroz Dueto e é a tolerância genética a temperaturas extremas
Conforme explica Marschalek, o principal diferencial da variedade é a tolerância genética a temperaturas extremas. Enquanto outras variedades sofrem esterilidade sob frio intenso (abaixo de 17°C) ou calor excessivo (acima de 38°C), a Dueto mantém produtividade, assegurando colheitas mesmo em condições climáticas adversas. “O grande mérito do arroz Dueto é combinar produtividade e estabilidade em um cenário de mudanças climáticas. Ele representa o futuro da orizicultura, uma resposta científica e tecnológica aos desafios do aquecimento global”, ressalta o pesquisador.
Além do impacto direto no campo, o desenvolvimento da variedade gerou avanços científicos expressivos: 18 publicações técnicas, sete artigos jornalísticos, oito vídeos e reportagens televisivas, além de duas dissertações de mestrado e uma tese de doutorado orientadas pela Epagri e pela Udesc.
O prêmio reconhece e estimula conquistas que aceleram a transição global para uma bioeconomia sustentável
O nome “Dueto” simboliza tanto a parceria entre Epagri e Embrapa quanto a dupla aptidão da planta, resistente ao frio e ao calor. A homenagem se estende ainda aos pesquisadores Orlando Peixoto de Morais (in memoriam), da Embrapa Arroz e Feijão, e Richard Elias Bacha, da Epagri, cuja trajetória marcou a história da orizicultura brasileira.
Pesquisa que transforma o campo catarinense
Para o presidente da Epagri, Dirceu Leite, a conquista reforça o papel da empresa na construção de soluções tecnológicas que fortalecem o agronegócio catarinense e a segurança alimentar global. Ele lembra que Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz do Brasil, responsável por 9% da área nacional cultivada, distribuída entre 86 municípios e cerca de seis mil produtores – em sua maioria agricultores familiares.
O arroz Dueto representa o futuro da orizicultura, pois combinar produtividade e estabilidade em um cenário de mudanças climáticas
A evolução da produtividade no estado reflete o impacto da ciência: segundo a Epagri/Cepa, Santa Catarina produzia 1,8 tonelada de arroz por hectare na década de 1970 e passou para 8,73 toneladas por hectare em 2025. “Essa transformação é resultado da integração entre pesquisa, extensão, produtores e indústria, marca do modelo catarinense de desenvolvimento rural”, salienta o presidente.
De acordo com o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Epagri, Reney Dorow, o reconhecimento internacional da Dueto simboliza o protagonismo da pesquisa pública. “O arroz Dueto é a prova de que a inovação nasce da ciência aplicada, construída em parceria com quem está no campo. É um orgulho para Santa Catarina e para o Brasil ver uma tecnologia desenvolvida aqui ser reconhecida mundialmente por sua contribuição à sustentabilidade e à segurança alimentar.”
Sobre o prêmio
O GBA Award for Impact and Leadership in Bioeconomy 2025 reconhece e estimula conquistas que aceleram a transição global para uma bioeconomia sustentável, premiando inovações e lideranças com impacto social, ambiental e tecnológico.
Com o selo da Global Bioeconomy Alliance, o SCSBRS126 Dueto projeta o nome de Santa Catarina no cenário internacional da bioeconomia. E a Epagri, com 50 anos de atuação em pesquisa agropecuária, reafirma, com esse prêmio, o papel estratégico da pesquisa pública na construção de um futuro mais sustentável.
Após vários anos de retração na área cultivada, a safra 2025/2026 de milho em Santa Catarina começa com sinal de recuperação. A estimativa inicial aponta um aumento de 0,83% na área plantada em relação ao ciclo anterior. A produtividade média projetada é de 8.735 quilos por hectare, o que poderá representar o segundo melhor desempenho da série histórica, já que a safra passada foi excepcional em termos de rendimento.
Entre os dias 20 e 23 de outubro, a Epagri promoveu um seminário em Florianópolis para comemorar os 50 anos de pesquisa na empresa e debater o futuro da ciência no campo. O evento reuniu cerca de 400 pessoas, entre pesquisadores, dirigentes e parceiros institucionais. As discussões apontaram que os próximos 50 anos da pesquisa agropecuária em Santa Catarina serão marcados pela inovação aberta, pela sustentabilidade e pela integração entre biotecnologia, digitalização e práticas agroecológicas.
Santa Catarina é um estado pequeno em extensão territorial, ocupa a 20ª posição entre os estados brasileiros nesse quesito. No entanto, quando o assunto é produção de alimentos, a realidade é bem diferente: o estado se destaca como o oitavo maior produtor do país. Parte desse sucesso se deve ao trabalho silencioso, mas essencial, do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), que atua nos bastidores da agropecuária catarinense, organizando dados e transformando informação em estratégia.
Entre os dias 20 e 23 de outubro, a Epagri realiza o Seminário Estadual de Inovação e Sustentabilidade na Pesquisa Agropecuária: Desafios e Oportunidades, em Florianópolis, em comemoração aos 50 anos de pesquisa agropecuária da empresa. O objetivo do evento é discutir os rumos da pesquisa para o futuro, em alinhamento às demandas dos produtores catarinenses para a competitividade do agronegócio.
Em 2024, Santa Catarina se consolidou como o quarto maior produtor de leite do país, com uma produção de 3,3 bilhões de litros, crescimento de 3% em relação a 2023 e representando 9% do total nacional, segundo dados atualizados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Santa Catarina continua como destaque nacional em vários produtos conforme os dados agropecuários de 2024 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com apenas 95,7 mil km² e uma população de 8,2 milhões de habitantes, Santa Catarina ocupa a 20ª posição em extensão territorial no país, mas está entre os oito maiores estados brasileiros que se destacam no agronegócio.
Santa Catarina encerrou o mês de setembro de 2025 com resultados históricos nas exportações de carnes. O Estado exportou 197,7 mil toneladas em carnes (frango, suínos, perus, patos, marrecos, bovinos e outras) totalizando US$ 438,1 milhões em receitas — o maior valor mensal já registrado na série histórica, iniciada em 1997 e o segundo melhor desempenho em quantidade.
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