Entre os dias 20 e 23 de outubro, a Epagri promoveu um seminário em Florianópolis para comemorar os 50 anos de pesquisa na empresa e debater o futuro da ciência no campo. O evento reuniu cerca de 400 pessoas, entre pesquisadores, dirigentes e parceiros institucionais. As discussões apontaram que os próximos 50 anos da pesquisa agropecuária em Santa Catarina serão marcados pela inovação aberta, pela sustentabilidade e pela integração entre biotecnologia, digitalização e práticas agroecológicas.
Santa Catarina é um estado pequeno em extensão territorial, ocupa a 20ª posição entre os estados brasileiros nesse quesito. No entanto, quando o assunto é produção de alimentos, a realidade é bem diferente: o estado se destaca como o oitavo maior produtor do país. Parte desse sucesso se deve ao trabalho silencioso, mas essencial, do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), que atua nos bastidores da agropecuária catarinense, organizando dados e transformando informação em estratégia.
Entre os dias 20 e 23 de outubro, a Epagri realiza o Seminário Estadual de Inovação e Sustentabilidade na Pesquisa Agropecuária: Desafios e Oportunidades, em Florianópolis, em comemoração aos 50 anos de pesquisa agropecuária da empresa. O objetivo do evento é discutir os rumos da pesquisa para o futuro, em alinhamento às demandas dos produtores catarinenses para a competitividade do agronegócio.
Projeto valida custos referenciais de frutas e lança aplicativo para fortalecer a fruticultura catarinense. (Foto: Aires Mariga/Epagri)
O Projeto Integrado de Custo de Produção Referencial de Frutas, coordenado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) em parceria com o Programa de Fruticultura da Epagri, promoveu painéis de especialistas em Itajaí, São Joaquim e Araranguá. As reuniões reuniram produtores, técnicos, cooperativas e representantes do setor para validar coeficientes técnicos e critérios de custeio nas principais regiões produtoras de banana, maçã e maracujá.
A tecnologia está presente em tudo, inclusive no campo. Por isso, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) incentiva a modernidade no agronegócio e investe em ferramentas que vão ao encontro desta proposta. Um exemplo disso é o projeto “Pasto remoto”, realizado na Estação Experimental de Lages.
Método auxilia o produtor, reduz custos e aumenta sustentabilidade ambiental na pecuária (Fotos: Pablo Gomes / Epagri)
A proposta é utilizar sensoriamento remoto para a predição precisa de biomassa e altura de pastagens. Com mais de 70% de confiabilidade, o método auxilia o produtor, reduz a necessidade de mão-de-obra e presença in loco e representa um avanço científico na agricultura de precisão.
Além dos benefícios econômicos, a otimização do manejo de pastagens tem impactos ambientais positivos, contribuindo para um uso mais eficiente dos recursos naturais, além da redução das emissões de gases de efeito estufa e de metano entérico, gás produzido durante a digestão e liberado pelo arroto em animais ruminantes, como bovinos e ovinos.
Entre agosto de 2023 e 2024, os profissionais utilizaram imagens de drone e satélite para coletar dados de biomassa e altura de pastagens de outono/inverno e primavera/verão em diferentes estágios de crescimento, em seis propriedades rurais da Serra Catarinense. Este monitoramento permite uma melhor compreensão da dinâmica de crescimento e do potencial forrageiro das pastagens sob as condições da região.
Plataforma webpermitirá decisões adequadas sobre manejo de pastagens
Após levantamento e processamento das imagens, foi constituído um acervo com diversos índices de vegetação e dados detalhados das pastagens avaliadas. Por fim, está sendo criada uma plataforma web funcional e acessível que consiste na ferramenta aplicada do projeto, permitindo que técnicos e produtores visualizem dados, apliquem os modelos preditivos e tomem decisões adequadas sobre o manejo de pastagens, auxiliando na melhoria da eficiência produtiva e zootécnica e maior rentabilidade para a pecuária.
“O manejo eficiente de pastagens é crucial para a sustentabilidade e rentabilidade da produção animal, e a disponibilização de ferramentas tecnológicas no campo, como o drone, representa um passo crucial na apropriação dos resultados do projeto pela sociedade, simplificando e otimizando o trabalho no campo. Assim, o projeto oferece subsídio para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para uma pecuária mais produtiva e ambientalmente responsável em Santa Catarina”, concluem os pesquisadores.
Cassiano Pinto, Tiago Baldissera e Pablo Zanella (a partir da esquerda) são alguns dos profissionais que atuaram na pesquisa
Parcerias e financiamento viabilizaram o projeto
O projeto é desenvolvido em parceria com a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e a Cooperativa de Carnes Nobres e Novilhos Precoces da Serra Catarinense (Coopertropas). Os recursos são da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).
A pesquisa foi desenvolvida por Tiago Baldissera e Cassiano Eduardo Pinto, engenheiros-agrônomos e pesquisadores da Epagri em Lages; Carla Luciane Lima, engenheira florestal e bolsista de pós-doutorado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) também na Epagri em Lages; e Pablo Giliard Zanella, técnico agrônomo da Coopertropas.
Por: Pablo Gomes, jornalista bolsista Epagri/Fapesc
A Epagri amplia a atuação junto aos catarinenses, além da pesquisa agropecuária, da extensão rural e do ensino agrotécnico. Mais do que uma produção pujante e uma natureza saudável, a instituição busca uma sociedade desenvolvida. E é investindo lá na ponta da linha, dentro das casas das famílias, que este trabalho começa.
Um destes programas é o Mulheres em Ação: Flor-E-Ser, que desde 2019 já capacitou mais de 600 mulheres com habilidades essenciais, como produção, gestão e liderança. Os cursos ocorrem em todo o Estado, e mais uma turma está prestes a se formar.
Nesta quinta-feira, dia 4 de setembro, no Centro de Treinamento da Epagri em São Joaquim (Cetrejo), 27 cidadãs concluirão mais uma edição do projeto na Serra Catarinense. Elas passaram os últimos cinco meses se encontrando em uma programação que contemplou atividades teóricas, práticas e de confraternização.
Cristiane Aparecida Lopes Couto, extensionista social da Epagri em São Joaquim (ao centro), está na coordenação da turma (Fotos: Pablo Gomes / Epagri)
As reuniões tinham, obviamente, conteúdos técnicos. Afinal, todas são de famílias produtoras rurais. Mas, além disso, a Epagri deu destaque a ações para enaltecer a cidadania, o empoderamento e o protagonismo, como seguridade social, autocuidado e saúde da mulher. Viagens também foram realizadas para visitação a agroindústrias, empreendimentos com produção de pães, doces e cafés e projetos ligados ao turismo.
Último encontro antes da formatura é marcado por aprendizado e emoção
Nesta terça-feira, dia 2, as 27 mulheres tiveram o último encontro antes da formatura. Vindas de 12 diferentes municípios da Serra Catarinense, elas se reuniram na Estação Experimental da Epagri em São Joaquim, onde fizeram uma visita guiada pelas pesquisas na área da fruticultura.
Em 2025, a Epagri celebra cinco décadas de dedicação à ciência, tecnologia e inovação a serviço do campo. Ao longo desses 50 anos de pesquisa, a Empresa reuniu diferentes áreas de conhecimento para apoiar agricultores, pescadores e gestores públicos, oferecendo soluções que vão da genética de cultivares a sistemas produtivos mais resilientes. Nesse conjunto de saberes, a pesquisa socioeconômica também ocupa papel central: é ela que observa fenômenos sociais e econômicos, mas também organiza e interpreta números para transformá-los em decisões estratégicas que fortalecem o meio rural e o agro catarinense.
Em 2025, a Epagri celebra 50 anos de dedicação à pesquisa agropecuária, com destaque para sua contribuição no cultivo de duas culturas fundamentais para a alimentação dos brasileiros: o arroz e o feijão. Essa dupla tão presente no prato do dia a dia não é apenas tradição — ela também se complementa na nutrição. Juntos, arroz e feijão fornecem proteínas de boa qualidade e todos os aminoácidos essenciais, que são os “blocos de construção” usados pelo nosso corpo para formar músculos, tecidos e outras estruturas importantes para a saúde e o bem-estar.
Nesta quinta-feira, 31 de julho, a cidade de Presidente Getúlio, no Alto Vale do Itajaí, sediou o Seminário Extengrãos 2025, promovido pela Epagri, com foco nas tendências e desafios da produção de grãos em Santa Catarina. O encontro ocorreu na comunidade de Serra dos Índios e reuniu produtores, técnicos e pesquisadores da região.
A produção de mandioquinha-salsa deu a volta por cima em Santa Catarina: saiu da inviabilidade para alcançar o status de negócio altamente promissor nas propriedades rurais. A revolução que fez a produtividade média saltar de 12 para 35t/ha entre 2012 e 2024, com redução de 56% no custo de produção, foi liderada pela Epagri. A Empresa, através de um trabalho conjunto entre agricultores, extensionistas e pesquisadores, desenvolveu variedades da hortaliça adaptadas às diferentes regiões de Santa Catarina.
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