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- Cooperativa de Urupema transforma produção de maçã com apoio da Epagri
- Fruta nativa do Sul do Brasil, goiaba-serrana encerra colheita em Santa Catarina neste mês
- Agro catarinense fecha 2024 com R$ 63,7 bilhões e exportações recordes
- Pecuária no inverno: manejo de pasto, ajuste nutricional e planejamento são pilares para a boa produção de leite
- Sistema de plantio de grãos difundido pela Epagri conserva o solo, atua na mitigação do efeito estufa e promove alta produtividade
- Boletim Agropecuário de abril: produtividade do milho em SC é a maior da história, com quase 10 t/ha
- Safra de arroz deve ter produtividade recorde em Santa Catarina
- Chuvas do Extremo Oeste ao Meio Oeste de Santa Catarina ajudam a amenizar efeitos da estiagem
- Cepa mapeia preço das terras agrícolas em Santa Catarina
- Santa Catarina se destaca na produção e exportação de mel
- Início da colheita do pinhão impulsiona a economia da Serra Catarinense
- Estiagem em SC: veja como estão as culturas a campo e a previsão do tempo para o próximo trimestre
- Epagri/Cepa firma contrato com Amvali para acesso exclusivo ao painel inteligente “Perfil 360° municipal”
- Epagri monitora a emissão de gases do efeito estufa na pecuária de SC
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No alto da Serra Catarinense, a 50Km de Lages e 80 de São Joaquim, localiza-se um dos menores municípios do Estado, com menos de três mil habitantes. Pequeno em tamanho e população, mas gigante em uma iniciativa que conta desde sempre com o apoio da Epagri.
Esse caso de sucesso surgiu de necessidades dos produtores de maçã de Urupema. Não bastava a qualidade da fruta ser excelente se não existia o mínimo de estrutura para levá-la em perfeitas condições até o consumidor, cada vez mais exigente. Era preciso profissionalizar a cadeia produtiva, armazenar o produto adequadamente e comercializá-lo de forma organizada, de modo que os produtores conquistassem os ganhos que esperavam e mereciam.
A Epagri, então, os mobilizou e os ensinou sobre a importância e os benefícios do cooperativismo. Paralelamente, realizou treinamentos, auxiliou na confecção de documentos e na busca por financiamento para viabilizar a estrutura física. E, em julho de 2012, nasceu a Cooperativa Agropecuária de Urupema (Coopema), fundada a partir de todo um trabalho da Epagri, desde o convencimento dos produtores, passando pelos treinamentos e o cumprimento das exigências legais e burocráticas.
“A Coopema é uma das cooperativas catarinenses criadas por interferência da Epagri, que incentivou os produtores a trabalharem de forma associativa. A comunidade de Urupema se sente muito bem com uma empresa que é dela, pois cada cooperado tem a sua cota lá. Temos muito orgulho em fazer parte desta história”, diz o engenheiro agrônomo Názaro Vieira Lima, extensionista rural da Epagri na Gerência Regional de São Joaquim e que participou ativamente da criação da Coopema.

Produção e mão-de-obra genuinamente locais
Embora a fundação tenha ocorrido em julho de 2012, os trabalhos da cooperativa iniciaram, de fato, em fevereiro de 2018. Atualmente, a entidade é formada, basicamente, por pequenos produtores. Ao todo, cerca de 40 pomares associados e/ou parceiros somam cerca de duas mil toneladas de maçã na safra. Os trabalhos de seleção e embalagem das frutas são feitos por 20 colaboradores, a maioria mulheres da própria cidade.
A produção é comercializada, principalmente, nos estados da Bahia, Pernambuco, Maranhão e Espírito Santo. Em Santa Catarina, a maior parte da clientela está na Grande Florianópolis. E em mais um bom exemplo para o Estado, a Coopema aposta na sustentabilidade e investe em energia fotovoltaica (luz solar), empilhadeira elétrica para evitar a emissão de gás e coleta e reutilização da água da chuva.
“Nossa cooperativa é formada por pessoas daqui, que sempre estiveram envolvidas no campo, na fruticultura. Todas têm alguma ligação entre si. É uma comunidade bem próxima e que acaba se ajudando. A Epagri realiza um trabalho muito grande desde o início da nossa história, e nunca parou. Mudam os colaboradores, passam as pessoas, mas a mentalidade, a parceria e a colaboração continuam sempre as mesmas”, comenta o gerente da Coopema, Antônio Marcos Ghizoni.
Apoio da Epagri ocorre durante toda a vida da cooperativa

Como um pai que ensina o filho ainda criança e o acompanha por toda a vida, a Epagri presta uma assistência ininterrupta a entidades como a Coopema, orientando e viabilizando a participação em políticas públicas específicas, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), SC Rural, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
São programas que podem melhorar a vida dos produtores. Por isso, é importante que eles se mantenham sempre organizados. Desde o começo da mobilização, da constituição da cooperativa, independente de qual técnico está no município, a Epagri sempre estará junto. O atendimento não encerra ao fim do projeto. Pelo contrário. É uma continuidade, mesmo que em novas expectativas, novos projetos, especialmente para as famílias da agricultura familiar.
“A Epagri deu protagonismo para eles, não só com a organização social, mas também a viabilidade técnica, econômica, social e ambiental, que dá a sustentabilidade de todo o processo. Isso realmente está mudando a vida dos nossos agricultores familiares de Santa Catarina. É um motivo de satisfação ver as pessoas, a comunidade, a cooperativa, a cidade como um todo crescendo graças ao teu trabalho, ao trabalho dos teus colegas e da instituição que você representa”, conclui o engenheiro-agrônomo Aziz Abou Haten, extensionista rural da da Gerência Regional d a Epagri em Lages e que acompanha a vida da Coopema.
Por: Pablo Gomes, jornalista bolsista Epagri/Fapesc
Entre março e maio, o Planalto Serrano Catarinense é tomado por um aroma marcante: é tempo de colheita da goiaba-serrana, fruta nativa do Sul do Brasil conhecida pelo perfume intenso e sabor doce-acidulado. Em Santa Catarina, a fruta é cultivada por cerca de 20 agricultores familiares em aproximadamente 20 hectares, com produtividade média de 15 a 20 toneladas por hectare.

O agronegócio, em 2024, foi responsável por 65% das exportações catarinenses, totalizando US$7,57 bilhões, a China manteve-se como principal destino das exportações do agro catarinense. O Valor de Produção Agropecuária (VPA) estadual alcançou R$63,7 bilhões, evidenciando a resiliência do setor, mesmo com uma leve retração de 0,5%. Essa queda se deve à frustração de safra em alguns produtos como por exemplo a maça e a soja, ou então, queda nos preços como no caso do milho e da soja.
Os dados constam na Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina, elaborada pela Epagri/Cepa, que oferece uma análise abrangente sobre o desempenho do setor e orienta políticas públicas, investimentos e estratégias para o campo. A apresentação destes dados está disponibilizada no canal do youtube do Observatório Agro Catarinense e a publicação completa pode ser acessada no site do Observatório.
Santa Catarina é líder nacional na produção de suínos, com US$1,7 bilhão exportado, o maior valor já registrado. Na avicultura ocupa a 2ª posição na produção de frangos, que também bateu recorde histórico com US$2,3 bilhões na exportação. A pecuária continua sendo o carro-chefe do agro estadual, respondendo por 55,7% do VPA. A bovinocultura de corte teve crescimento expressivo de 8,7% nos abates, enquanto a produção de leite somou 3,3 bilhões de litros, alta de 2,9% em relação a 2023 e de 41% em dez anos.
Segundo Luis Augusto Araujo, Analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa e Coordenador da Síntese Anual da Agricultura, os números mais recentes da produção agropecuária revelam um cenário de grande resiliência e força do setor.

Grãos, mel e florestas fortalecem a diversidade produtiva do campo catarinense
A produção vegetal também teve papel relevante em 2024, respondendo por mais de 24% do VPA estadual. A soja liderou o segmento, movimentando R$5,46 bilhões, enquanto o arroz catarinense representou 11% da produção nacional. A diversidade inclui ainda milho, feijão e trigo.
Outro destaque foi o mel, com crescimento de 51% nas exportações, colocando Santa Catarina como terceiro maior exportador do Brasil. Já o setor florestal teve crescimento de 10,3% nas exportações, que totalizaram US$1,74 bilhão — 16,5% das vendas externas do estado.
Apesar dos bons números, o ano também foi marcado por desafios. A bananicultura enfrentou problemas climáticos, a maçã apesar de ter bons preços enfrentou frustração de safra, já o tabaco sofreu com excesso de chuvas o que comprometeu a produção.
Crédito rural movimenta R$ 7 bilhões em Santa Catarina
O crédito rural segue desempenhando um papel estratégico no desenvolvimento do agronegócio em Santa Catarina. Em 2024, o volume de recursos aplicados no setor chegou a R$7,08 bilhões, consolidando a importância do financiamento para o desenvolvimento do campo. Uma das novidades do ano foi o protagonismo das cooperativas de crédito, que ultrapassaram os bancos públicos na concessão de financiamentos.
Os recursos têm sido essenciais para que produtores invistam em tecnologia, modernizem suas propriedades e aumentem a capacidade produtiva. O crescimento das operações via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ) e Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) reforça o compromisso com a valorização de segmentos considerados pilares da economia rural catarinense.
De acordo com os dados da Epagri/Cepa, a distribuição dos financiamentos revela tendências importantes no setor. A pecuária lidera em número de contratos, mas é a agricultura que concentra a maior parte dos valores aplicados. Esse cenário demonstra que, quando bem direcionado, o crédito rural tem potencial para transformar realidades, promovendo geração de renda, criação de empregos e desenvolvimento sustentável nas comunidades rurais.
Edilene Steinwandter, gerente da Epagri/Cepa, explica que a publicação da Síntese Agropecuária tem sido uma referência para gestores, cooperativas, instituições financeiras, técnicos, pesquisadores e produtores rurais, ao oferecer um panorama abrangente e atualizado do desempenho do setor agropecuário no estado. “Mais do que números, a Síntese revela a força do trabalho de milhares de produtores, que constroem, a cada dia, uma agricultura inovadora, sustentável e competitiva. Com informação de qualidade, Santa Catarina consegue planejar, evoluir e manter seu protagonismo no agronegócio brasileiro e mundial”, afirma Edilene.
Entre março e abril o produtor começa a preparar o pasto que será ofertado ao gado durante os meses mais frios, período crucial para a pecuária leiteira. No inverno, a produção e a demanda aumentam. Neste cenário, Santa Catarina, quarto maior produtor de leite do Brasil, tende a manter bons níveis produtivos, principalmente pela qualidade de seus pastos.
O carbono (C) é essencial à vida na Terra. Quem se lembra das aulas de química orgânica sabe que tudo que é vivo tem carbono em sua composição. Apesar de sua importância, esse elemento químico vem sendo citado, nos últimos anos, como o vilão do aquecimento global.

A safra de milho verão 2024/25 em Santa Catarina está se consolidando como uma das mais produtivas da história. Mesmo com uma redução superior a 13% na área plantada, o estado registrou aumento de mais de 23% na produção em relação à safra anterior. O destaque é a produtividade, que teve um salto expressivo de mais de 40%, alcançando 9.717 kg por hectare — a maior já registrada no estado. Os dados constam no Boletim Agropecuário do mês de abril, que está disponível no site do Observatório Agro Catarinense e do Infoagro.
Segundo Haroldo Tavares Elias, analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, os bons resultados são fruto da intensificação do uso de tecnologias no campo, do manejo qualificado e da menor incidência da cigarrinha-do-milho durante o ciclo da cultura. “Se os preços se mantiverem em patamares atrativos, há possibilidade de reversão dessa tendência de queda na área cultivada com milho”, avalia Haroldo.
Preço do milho sobe 2,74% e atinge R$ 71,15 por saca em SC
No mercado, os preços do milho registraram forte alta no primeiro trimestre de 2025. Em março, a cotação média estadual subiu 2,74% em relação a fevereiro, atingindo R$ 71,15 por saca — o maior valor dos últimos dois anos. Entretanto, no início de abril, os preços começaram a recuar, com a melhoria das condições climáticas favorecendo o desenvolvimento da segunda safra no país.
Ainda assim, a combinação de bons preços e alta produtividade pode incentivar os produtores a retomarem parte da área de milho perdida nos últimos anos, quando a cultura vinha perdendo espaço principalmente para a soja. “Se os preços se mantiverem em patamares atrativos, há possibilidade de reversão dessa tendência de queda na área cultivada com milho”, avalia Haroldo.
Com esse resultado, Santa Catarina e Paraná se destacam nacionalmente com produtividades próximas a 10 toneladas por hectare, equiparando-se aos níveis dos Estados Unidos, referência mundial na cultura. O cenário continua sendo influenciado por estoques internos baixos, incertezas sobre a segunda safra e instabilidades no mercado internacional, fatores que devem manter a volatilidade nos preços ao longo dos próximos meses.
Boletim Agropecuário de Abril/2025
O Boletim Agropecuário é uma publicação mensal do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) que reúne informações conjunturais das safras e dos mercados dos principais produtos agropecuários do Estado (confira a íntegra do boletim de abril aqui). A seguir, outros destaques do Boletim Agropecuário:
Grãos: soja
Na safra atual os levantamentos realizados pela Epagri/Cepa apontam para um aumento de 2,2% da área plantada, alcançando 769,5 mil hectares na primeira safra. A produtividade média esperada deverá ter um incremento de 15,8%, chegando a 3.993kg/ha. As produtividades surpreenderam positivamente durante o Giro da Safra da soja realizado no planalto norte em março de 2025. Na região de Canoinhas e Mafra foram registradas produtividades superiores a 5 toneladas por hectares. Com isso, espera-se um aumento de 18,35% na produção e no volume colhido de aproximadamente 3,07 milhões de toneladas de soja 1ª safra (Tabela 1). As chuvas irregulares em janeiro e início de fevereiro de 2025 afetaram as lavouras em algumas regiões, mesmo assim, a produtividade é considerada a maior registrada na série histórica em que a Epagri/Cepa acompanha.
Em relação ao mercado, os preços da soja ao produtor apresentaram desde novembro de 2024 sucessivas quedas, em março de 2025 estabiliza em R$124,00/sc de 60kg. No início de abril indica a continuidade da redução dos preços nos primeiros 10 dias. A confirmação da boa produção no Brasil na atual safra é um dos fatores relevantes na formação dos preços no início do ano. A disputa tarifária entre EUA e China poderão favorecer os preços no Brasil.
Grãos: arroz
Os preços do arroz em Santa Catarina continuaram a cair em março de 2025, seguindo a tendência do último trimestre de 2024, registrando uma queda de 25% em termos reais em comparação com o ano anterior. A retração se deve principalmente ao bom desempenho da safra, que apresenta aumento na produção e produtividade, impulsionado por boas condições climáticas e investimentos em tecnologia. A safra atual viu um aumento na produção e produtividade, com uma produtividade recorde estimada em 8,73 toneladas por hectare, um aumento de 9,85% em relação à safra anterior. No que diz respeito ao comércio exterior, as exportações de arroz de Santa Catarina foram 18% menores no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o ano anterior. As importações também caíram 60,17% no mesmo período.
Grãos: feijão
No mercado catarinense no mês de março, as cotações do feijão-carioca fecharam em alta em função da redução da oferta de produto de boa qualidade, aqueles produtores que conseguiram segurar sua produção, o atual cenário é bastante favorável à comercialização. Enquanto isso, os preços do feijão-preto seguem pressionados em função da elevada oferta de produto proveniente da primeira safra e pelo início da colheita da segunda safra no estado. O preço médio mensal recebido pelos produtores catarinenses de feijão-carioca teve variação positiva de 18,8%, fechando o mês em R$ 162,13/sc 60kg. Para o feijão-preto, houve redução de 0,18%, fechando o mês em R$ 169,01/sc 60kg . Na comparação com fevereiro de 2024, o preço médio da saca de feijão-preto está 50,0% mais baixo. Para o feijão-carioca, registra-se uma redução de 34,3% na variação anual.
A safra catarinense de feijão primeira safra está tecnicamente encerrada, com mais de 99% da área plantada colhidos. Em comparação com a safra passada, área plantada cresceu 25,8%, enquanto na produtividade média aumentou 18,3%. Com isso, é esperado um aumento de 48,8% na produção, representando um volume colhido de 71 mil toneladas de feijão primeira safra. Para o feijão segunda safra, março foi marcado por um período de estiagem. Cerca de 36% da área plantada está em fase de floração e 56% em fase de desenvolvimento vegetativo. A falta de chuvas preocupa técnicos e produtores, deveremos ter redução na produtividade média. Com certa de apenas 1% da área plantada colhidos, nossas estimativas apontam uma redução de 6,3% na área plantada e 3,9% na produtividade média. Com isso, deveremos ter uma redução de 9,9% na produção, com uma expectativa de colheita de 58 mil toneladas de feijão segunda safra.
Fruticultura: maçã
Na Ceasa/SC, entre fevereiro e março de 2025, houve valorização de 1,1% no preço médio das maçãs, mas com desvalorização de 10,4% em relação a março do ano anterior. A maçã Gala contribuiu com desvalorização de 4,2% nas cotações, entre fevereiro e março, e desvalorização de 17,9% em comparação a março de 2025. A maçã Fuji participou com valorização de 6,0% entre fevereiro e março, mas com desvalorização de 2,9% em relação a março do ano passado.
Na Ceagesp, o preço da maçã de origem catarinense apresentou desvalorização de 3,1%, entre fevereiro e março deste ano, com menor oferta. As cotações da maçã catarinense estão valorizadas 2,2% em relação a março do ano anterior. Os preços da maçãs importadas, entre fevereiro e março, estão desvalorizados 3,0%, e seguem 6,1% acima dos valores da cotação da fruta catarinense na Ceagesp, devido ao baixo estoque da fruta nacional. Na Ceasaminas, houve desvalorização de 9,9% nas cotações da fruta catarinense em relação a março do ano anterior e de 3,2% nas cotações entre fevereiro e março de 2025. Na região de Fraiburgo/SC, entre fevereiro e março de 2025, as cotações ao produtor da maçã Gala desvalorizaram 9,8% e as da maçã Fuji 11,0% em relação ao mês anterior. Entre março e abril a tendência é de desvalorização nas cotações da maçã Fuji de 2,7% e da Gala de 1,5%. Com a colheita da maçã Fuji houve aumento na oferta regional da fruta. Na região de São Joaquim/SC, entre fevereiro e março de 2025, as cotações ao produtor da maçã Fuji desvalorizou 14,6% e a da maçã Gala valorizou 10,3%. Entre março e abril a tendência é a manutenção na desvalorização nas cotações da maçã Fuji de 2,5% e valorização da maçã Gala de 1,4%. Com o aumento na colheita da maçã Fuji a Gala com menor oferta se valorizou na região. A expectativa da safra 2024/25, em relação à anterior, é de recuperação de 28,8% na produção estadual. Para a maçã Fuji, com 59,8% da produção estimada, é prevista recuperação de 49,7% em relação à safra anterior. Na maçã Gala, com 38,4% da produção estimada, há expectativa de recuperação de 7,0% em comparação ao ciclo 2023/24. Nas maçãs precoces, com 1,8% da produção estimada, é previsto aumento de 2,7% em relação à safra anterior.
Hortaliças: alho
O preço ao produtor catarinense no mês de março foi de R$16,62/kg, pequena redução em relação aos últimos meses. Abril iniciou com redução das cotações em 3,73% em relação ao preço médio do mês de março, R$16,00/kg. Mesmo com a redução de preços a safra catarinense de alho foi positiva e rentável ao produtor
A colheita do alho em Santa Catarina foi concluída, 95% das lavouras foram consideradas de boas condições. A produção é estimada em 7,23 mil toneladas, com produtividade de 10,96 t/ha, importante recuperação em relação à safra passada.
As importações brasileiras de alho em março totalizaram 15,97 mil toneladas com desembolso de US$22,45 milhões (FOB). Os principais países fornecedores foram a Argentina com 11,44 mil toneladas e a China com 4,43 mil toneladas. O preço de atacado nas principais centrais de abastecimento foi de R$21,62/kg, aumento de 3,20% em relação ao mês de fevereiro. Porém, abril iniciou com redução das cotações passando para R$20,83/kg.
Hortaliças: cebola
Em março e início de abril, de acordo com o acompanhamento da Epagri/Cepa, se mantém abaixo do custo médio de produção estimado para o estado, que é de R$1,68/kg. O preço médio ao produtor, cebola caixa 3, em março foi de R$25,01/sc de 20kg, aumento de 6,69% em relação ao preço médio de fevereiro. No início de abril, houve baixa nas cotações, passando para R$20,42/sc de 20kg, devido a oferta que ainda se mantém elevada. No atacado, em março, o preço médio foi de R$53,28/sc de 20 kg, aumento de 2,12% em relação ao mês de fevereiro. Abril, abriu com cotações em baixa de 3,84% em relação a março, passando para R$51,23/sc de 20kg (Oferta elevada). A safra catarinense de 2024/25, foi totalmente colhida. A condição da lavoura foi de 83% boa, 9% considerada média e 8%, considerada ruim. A produção é estimada em 556,4 mil toneladas. No primeiro trimestre de 2025 foram 21.966 toneladas, correspondendo a apenas 28,54% da quantidade importada no mesmo período do ano passado, com desembolso de US$4,05 milhões e preço médio (FOB) de US$0,21/kg.
Pecuária: bovinos
O preço do boi gordo em Santa Catarina registrou alta de 0,5% nos primeiros dias de abril, acompanhando a tendência de valorização observada nos principais estados produtores. Quando comparado ao mesmo período do ano passado – com ajuste pelo IGP-DI -, o aumento chega a expressivos 34,3%, segundo dados preliminares. Dois fatores explicam o cenário: o bom desempenho das vendas externas de carne bovina, que reduziu a oferta no mercado doméstico nacional e a gradativa redução da disponibilidade de animais prontos para abate, em razão da mudança do ciclo pecuário.
Pecuária: frangos
Santa Catarina exportou 106,1 mil toneladas de carne de frango em março. O volume representa uma queda de 0,4% em relação a fevereiro, mas um aumento de 12,4% na comparação com março de 2024. Em receita, os embarques renderam US$ 219,5 milhões – um crescimento de 2,7% frente ao mês anterior e de 22,5% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o estado catarinense exportou 200,9 mil toneladas, com receitas de US$617,1 milhões – altas de 10,6% e 18,4%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2024. O resultado consolida o melhor primeiro trimestre da história em valor financeiro e o segundo melhor em volume, reforçando as expectativas positivas do setor para o ano. Santa Catarina foi responsável por 22,8% da quantidade e 24,4% das receitas das exportações brasileiras de carne de frango em 2025, consolidando-se como um dos principais players do mercado internacional.
Pecuária: suínos
As exportações de carne suína de Santa Catarina somaram 58,4 mil toneladas em março. O volume representa uma queda de 5,1% em relação a fevereiro, mas um aumento de 10,0% na comparação com o mesmo mês de 2024. Em receita, os embarques renderam US$143,7 milhões – recuo de 3,5% frente ao mês anterior, mas alta expressiva de 22,3% em relação a março do ano passado. No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o estado exportou 175,6 mil toneladas, com receitas de US$423,3 milhões – altas de 9,3% em volume e 19,7% em valor financeiro na comparação com o mesmo período de 2024. O resultado consolida o melhor primeiro trimestre da história em ambos os indicadores, reforçando as projeções otimistas do setor para o ano. Santa Catarina foi responsável por 54,0% do volume e 54,5% das receitas das exportações brasileiras de carne suína no primeiro trimestre, reafirmando sua liderança no mercado internacional.
Leite
Santa Catarina teve crescimento de 2,92% na captação de leite em 2024. No quarto trimestre, o aumento foi de 5,2%. Desde abril de 2023, o estado ocupa a terceira posição nacional em volume captado. Em março de 2025, SC exportou 8,6 toneladas de lácteos e importou 949,5 mil toneladas. O déficit na balança comercial foi de 941 toneladas, 23% maior do que o mês de fevereiro, mas 73% menor do que em março de 2024. Os principais produtos importados foram queijo (80%) e leite em pó (15%). Apesar do aumento das importações, principalmente da Argentina, que representa 91,36% dos produtos lácteos importados, os preços pagos pelo litro de leite cru ao produtor em Santa Catarina têm se aproximado dos preços pagos nos países vizinhos, o que pode aumentar a competitividade dos preços do estado no mercado latino-americano. Em fevereiro, os preços pagos foram: US$0,45 em SC, US$0,42 na Argentina e US$0,40 no Uruguai.
As estimativas da Epagri/Cepa para o preço mais comum pago pelo litro do leite na propriedade foram de R$2,73/litro em março de 2025, uma alta de R$0,20/litro, o que parcialmente justifica o aumento dos derivados do leite no mercado atacadista (leite UHT, leite em pó, queijos mussarela e prato). Com exceção da praça da Grande Florianópolis, todas as outras praças apresentaram variação positiva para o preço mais comum pago pelo leite na propriedade. A praça do Litoral Sul teve a maior variação de preço (7,45%), uma diferença de R$0,19/litro.
A colheita da safra de arroz irrigado 2024/25 está na reta final e a expectativa de bom desempenho vai se confirmando. De acordo com a Epagri/Cepa, a produção desta safra deve ser 9,52% maior que a anterior, impulsionada por um aumento de 9,85% na produtividade média, estimada em 8,73 toneladas por hectare.
A última semana foi marcada por chuvas um pouco mais significativas nas regiões do Extremo Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina. Segundo a Epagri/Ciram, algumas localidades registraram totais superiores a 50mm, como no município de Ouro, que alcançou 88mm.
O principal objetivo do levantamento dos preços das terras agrícolas é fornecer dados para análises estratégicas que orientem a formulação de políticas públicas voltadas para o setor agropecuário. A valorização das terras também tem um impacto direto no cálculo do Imposto Territorial Rural (ITR), um tributo federal cuja base de cálculo é o valor da terra, e, é obrigatório para propriedades acima de 30 hectares.
Santa Catarina é um estado de grande aptidão agrícola, e isso, afeta diretamente os preços das terras fazendo com que ocorra uma valorização que acompanha a tendência histórica de crescimento. Os dados dos preços mais comuns, máximo e mínimo das terras agrícolas em Santa Catarina são levantados anualmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) e estão disponíveis nos sites do Observatório Agro Catarinense e do Infoagro.
Conforme a analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Glaucia Padrão, referente ao ano de 2024, de maneira geral, os preços das classes de terra sofreram elevação. “As regiões que apresentaram maior valorização estão localizadas nas regiões oeste e planalto norte do estado. São regiões fortes na produção de soja o que tende a valorizar as áreas agrícolas. Apesar de o preço da soja ter reduzido entre 2023 e 2024, a escassez de oferta de terra tem segurado os valores nessas regiões”, explica Glaucia.

A analista da Epagri/Cepa explica que a classe de terra de terceira, foi a única que apresentou comportamento diferente com estabilização dos preços depois de anos de crescimento. “A terra de terceira se caracteriza como áreas de topografia acidentada, impróprias à exploração de lavouras temporárias, permanentes e pastagens, em que uma das poucas alternativas de exploração econômica é a implantação de reflorestamento fazendo com que ocorra poucas negociações com esta classe de terra”, destaca Glaucia.
Influência da variação de preços para o agricultor
Os preços das terras em Santa Catarina têm sido fortemente influenciados por dois fatores principais: a demanda por produtos agrícolas e a oferta de terras para a agricultura. Esses elementos estão relacionados às necessidades dos produtores rurais e às mudanças no uso do solo no estado.

A demanda por commodities agrícolas, como soja, milho e trigo, tem sido um dos principais motores por trás da valorização das terras em algumas regiões do estado. Quando a demanda por esses produtos aumenta, seja no mercado interno ou externo, a rentabilidade das culturas se eleva, fazendo com que os preços das terras agrícolas também subam.
Por outro lado, a oferta de terras também tem grande impacto nos preços. Com o crescimento da urbanização no litoral norte do estado e o aumento do turismo rural na serra catarinense, a competição pelo uso da terra tem se intensificado. Essas transformações no uso do solo diminuem a área disponível para a agricultura, pressionando ainda mais os preços. As terras agrícolas se tornam mais escassas, e a demanda crescente faz com que o valor das propriedades suba, refletindo essas mudanças no panorama regional.
Além disso, o arrendamento de terras tem ganhado destaque em Santa Catarina. Dada a predominância da agricultura familiar no estado, o envelhecimento dos produtores rurais e o alto custo de produção de algumas culturas, muitos pequenos agricultores têm optado por arrendar terras em vez de comprá-las. Isso tem gerado um aumento no valor do arrendamento, que acompanha a tendência de valorização das terras para compra.
Metodologia
O levantamento é realizado por uma equipe de dez agentes de mercado distribuídos por diversas regiões de Santa Catarina, colaboradores da Epagri. Para garantir a precisão dos dados, pelo menos três informantes-chave são entrevistados em cada município. Esses informantes vêm de áreas como imobiliárias, cartórios de registro de imóveis, sindicatos rurais, escritórios municipais da Epagri e órgãos ligados ao planejamento das prefeituras, proporcionando uma visão detalhada dos preços praticados nas negociações de terras.

Anualmente, a Epagri/Cepa realiza um levantamento abrangente dos preços das terras agrícolas em todos os municípios catarinenses, coletando dados essenciais para o planejamento de políticas públicas e a definição de tributos, como o ITR, de responsabilidade do Governo Federal. O estudo, que abrange até sete classes de terras agrícolas, fornece informações cruciais para o desenvolvimento do setor e o cálculo de impostos sobre a propriedade rural.
As terras são classificadas em até seis categorias: terra de campo nativo, terra de primeira, terra de segunda, terra de terceira (alta declividade), terra de várzea sistematizada e terra para servidão florestal (reserva legal). No entanto, nem todos os municípios possuem todas as classes, pois a disponibilidade depende das características geográficas e da negociação de terras no ano em questão.
No painel Mercado Agropecuário do Observatório Agro Catarinense é possível acessar as informações dos preços das terras de todos os municípios do estado a partir de 2009. A região do oeste catarinense é a que teve uma valorização mais acentuada nos últimos anos, com destaque a Campos Novos. O município pertence à Região Geográfica Intermediária de Chapecó e à Região Geográfica Imediata de Joaçaba-Herval d’Oeste e localiza-se a oeste (370 km) da capital, Florianópolis.
Para a analista da Epagri/Cepa, Glaucia Padrão, essa valorização ocorreu devido ao aumento da produção de soja que aconteceu de forma mais acentuada nos últimos anos, principal grão produzido no Brasil. “Como os preços da terra são indexados, quando há uma valorização dos preços do grão, por exemplo da soja, acaba elevando o preço das terras”, explica Glaucia.

O estado se consolidou como um dos principais produtores de mel do Brasil, ocupando a 8ª posição no ranking nacional em 2023, com uma produção de 4.234 toneladas, o que representa 6,6% da produção total do país. No entanto, o estado vai além das fronteiras internas: em 2024, Santa Catarina se tornou o terceiro maior exportador nacional de mel, com 5.476,8 toneladas exportadas.
Os principais destinos do mel catarinense no ano passado foram os Estados Unidos, que absorveram 81% das exportações, seguidos pelo Reino Unido (10,8%), Alemanha (4,5%), Bélgica (1,2%) e Canadá (1,1%). Esse cenário coloca o estado como um player relevante no comércio internacional de mel, com forte presença em mercados exigentes.
Conforme dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC), a produção de mel está bem distribuída por todo o estado, com cerca de 13 mil apicultores e 358 mil colmeias. O maior número de produtores está localizado no Extremo Oeste (32%), Oeste (18%) e Meio Oeste (16%) de Santa Catarina. Por outro lado, a maior concentração de colmeias está no Planalto Sul (23%), Litoral Sul (17%), Alto Vale do Itajaí (11%) e Extremo Oeste (11%).
Observatório Agro Catarinense: produção agropecuária do mel
Dada a importância da atividade para a agropecuária catarinense, a Epagri/Cepa dedica-se ao acompanhamento da cadeia produtiva do mel e disponibiliza dados sobre produção e número de produtores no painel do Mel do Observatório Agro Catarinense.
A analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri/Cepa, a engenheira agrônoma, doutora Cintia Uller Gómez, explica que no Observatório é possível encontrar informações sobre a produção de mel desde 2013, agrupadas de quatro diferentes formas: para o total do estado, para as 10 Regiões Agro, para as 20 microrregiões do IBGE e por municípios.
“Esses dados são baseados nos cadastros dos produtores e em comunicações feitas por eles a órgãos oficiais, e são fundamentais para a elaboração de linhas de crédito, ações de extensão rural e de controle sanitário. Por isso, é importante que os cadastros estejam sempre atualizados e que as informações prestadas sejam sempre verdadeiras.”

Cintia Uller Gómez
analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri/Cepa
No painel é possível encontrar o número de produtores e de colmeias tanto no estado como nas regiões. Além disso, traz informações sobre o número de apicultores segundo a quantidade de colmeias que possuem.
Está aberta a temporada de pinhão em Santa Catarina. A safra de 2025 começou oficialmente nesta terça-feira, em respeito à lei 15.457, de 17 de janeiro de 2011, que proíbe a colheita, o transporte e a comercialização da semente no Estado antes do dia 1º de abril. Assim, pelos próximos três meses, virá do alto das araucárias uma importante fonte de renda para milhares de catarinenses.
As chuvas mal distribuídas e o calor intenso registrados entre janeiro e março de 2025 têm afetado municípios das regiões Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina, provocando um cenário de estiagem. Diante dos impactos potenciais para a agricultura e a pecuária, a Epagri iniciou um levantamento de perdas, em colaboração com entidades parceiras nos municípios, com o objetivo de coletar dados que subsidiem as estimativas de danos. Essas informações são utilizadas pelas prefeituras municipais para embasar a declaração de estado de emergência, além de fornecer orientações técnicas para mitigar os impactos.
Conforme o setor de meteorologia da Epagri/Ciram, as massas de ar quente durante o verão de 2025 foram persistentes e intensas, provocando ondas de calor no Sul do Brasil. Em Santa Catarina, esse ar quente impediu a chegada de um dos sistemas meteorológicos responsáveis pela chuva em larga escala: as frentes frias, que neste verão se deslocaram mais para o sul, atingindo o Uruguai e o Rio Grande do Sul.
“A maior parte da chuva ocorreu em forma de pancadas isoladas no final da tarde e à noite, características típicas da estação. A distribuição da precipitação foi desigual, com a escassez mais acentuada especialmente do Extremo Oeste ao Meio-Oeste”, explica a meteorologista Marilene de Lima.
Municípios afetados
De acordo com o setor de hidrologia da Epagri/Ciram, 16 municípios de Santa Catarina enfrentam seca moderada até o momento: Barra Bonita, Bandeirante, Belmonte, Guaraciaba, Itapiranga, Paraíso, Passo de Torres, Piratuba, Princesa, Romelândia, Santa Helena, Santiago do Sul, São João do Oeste, São João do Sul, Tunápolis e Xanxerê. Apenas Passo de Torres e São João do Sul não estão localizados nas regiões Oeste e Meio-Oeste.
Em relação ao nível dos rios, a Epagri/Ciram aponta estiagem nos corpos d’água de Guaraciaba, Mondaí, Saudades, Tangará, Concórdia e Santo Amaro da Imperatriz. A situação é mais grave nos rios de Guaraciaba, Tangará e Concórdia.“Esse fenômeno hidrológico se agrava devido às altas temperaturas nessas regiões. As altas temperaturas aumentam a evaporação da água no solo e a transpiração das plantas”, explica o pesquisador em hidrologia da Epagri/Ciram, Guilherme Xavier de Miranda Junior.
Culturas afetadas
Segundo o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Cepa), a falta de chuvas não afetou a safra de verão, como é o caso do milho e da soja 1ª safra, que está em fase de colheita. No entanto, lavouras como a soja, o milho e o feijão 2ª safra estão sendo afetadas, com uma possível redução na produtividade caso a estiagem persista.
Grãos
Segundo dados do monitoramento de safras realizado pela Epagri/Cepa, cerca de 62% da área plantada com feijão 2ª safra em Santa Catarina estão em desenvolvimento vegetativo. Para 86% da área plantada, as lavouras são consideradas boas, 7% médias e 7% ruins. “Devido à falta de chuva, a produtividade estimada deverá cair significativamente, bem abaixo dos 1,8 mil kg/ha esperados antes do agravamento da estiagem”, afirma o analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri/Cepa, João Alves.

No caso do milho 2ª safra, João Alves relata que na microrregião de Concórdia muitas lavouras foram perdidas devido ao excesso de calor e à falta de umidade. Já nas microrregiões de Chapecó e São Miguel do Oeste, as lavouras em fase de desenvolvimento e florescimento estão sofrendo com estresse hídrico, e estima-se queda na produtividade.
Em todo estado, cerca de 62% da área plantada com milho 2ª safra está em desenvolvimento vegetativo e as condições das lavouras estão ficando piores na medida em que a estiagem avança. Até o final da primeira quinzena de março, em 71% da área plantada, as lavouras são consideradas boas, 21% médias e 8% ruins.

Com relação à soja 2ª safra, as poucas chuvas ocorridas desde o início de março não foram suficientes para garantir o bom desenvolvimento da cultura. Na microrregião de Chapecó, em função da estiagem, a produtividade estimada está em torno de 2,7 mil kg/ha. Em cerca de 72% da área plantada desse grão no estado, as plantas estão em desenvolvimento vegetativo e 27% em fase de floração. Em relação às condições de lavoura, até o momento, em 86% da área plantada, as lavouras são consideradas boas, 9% médias e 5% ruins.
Pecuária
As pastagens também estão sendo impactadas pela falta de água, o que, somado ao estresse térmico dos animais, pode prejudicar a produção e a reprodução tanto de bovinos leiteiros quanto de corte. “Isso pode aumentar os custos de produção devido à necessidade de uma maior suplementação com silagem e concentrados”, explica Sidinei Weirich, extensionista rural do Departamento Estadual de Extensão Rural e Pesqueira da Epagri (DERP).
Ele também destaca a atual dificuldade relacionada ao abastecimento de água, tanto para consumo humano quanto animal. “Cerca de 400 propriedades já foram atendidas pelas prefeituras municipais com água para dessedentação animal, e 200 para consumo humano”, informa o extensionista.
Sidinei também observa que os pecuaristas que seguem o sistema recomendado pela Epagri, com pastagens perenes de verão, estão enfrentando menos dificuldades com a falta de forragem para os bovinos. “Agricultores que adotam boas práticas de manejo do solo, como o uso de palhada, plantas de cobertura e terraços, estão conseguindo manter suas culturas menos impactadas pela seca”, afirma.
Abril deve chover pouco no Oeste Catarinense
A média climática de chuvas em abril apresenta uma redução em relação aos meses de verão, variando entre 130 e 190 mm nas regiões Oeste e Meio-Oeste de Santa Catarina. De acordo com a Epagri/Ciram, em abril de 2025, a precipitação no Oeste Catarinense deve ficar abaixo da média histórica, com períodos de chuva alternando com dias mais secos. Nas demais regiões do estado, a chuva se mantém próxima da média, com registros pontuais acima da média no litoral. Para os meses de maio e junho, a previsão indica chuvas dentro da média em todo o estado.
Em relação às temperaturas, espera-se que, de abril a maio, as temperaturas fiquem acima da média climatológica. Embora a tendência seja de dias mais quentes que o comum para a época, episódios de frio mais intenso são previstos para o Sul do Brasil, especialmente em maio, com noites e madrugadas de temperaturas significativamente mais baixas e formação de geada, principalmente do Extremo Oeste ao Planalto.
O Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola Epagri/Cepa firmou um contrato com a Associação de Municípios do Vale do Itapocu (Amvali) para fornecer dados agropecuários estruturados por meio do painel “Perfil 360° municipal” do Observatório Agro Catarinense. A ferramenta oferece uma visão integrada do cenário rural e socioeconômico dos municípios catarinenses, com acesso exclusivo a informações atualizadas sobre a agropecuária e o agronegócio tanto local como estadual.
O aquecimento global, as mudanças climáticas e as consequências extremas cada vez mais frequentes em diversas regiões do planeta colocam o assunto como pauta recorrente no mundo todo. Em Santa Catarina, não é diferente.
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