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28/02/2024 | Produção Agropecuária

Fruticultores catarinenses devem colher quase 500 mil toneladas de maçã na safra 2023/2024

Clima afetou a produção total, que deverá ser menor do que na safra passada Por Observatório Agro Catarinense

Maior produtor de maçãs do Brasil, Santa Catarina espera colher 495,7 mil toneladas da fruta nesta safra, de acordo com informações do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) disponíveis neste Observatório. A colheita da maçã na microrregião dos Campos de Lages foi aberta, oficialmente, no último sábado, com evento realizado em São Joaquim, município que concentra a maior área plantada com a fruta no Estado.

Valdir Marafigo trocou a produção de batata pelo cultivo de maçã em São Joaquim
Valdir Marafigo trocou a produção de batata pelo cultivo de maçã em São Joaquim (Foto: Ricardo Trida/Secom)

A colheita em andamento deve ser menor do que a da safra anterior (2022/2023). Conforme explica o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Rogério Goulart Junior, a estimativa atual da Epagri/Cepa, para a safra 2023/2024, é de redução de 11% na produção em relação à última safra. Isso se deve, especialmente, a uma perspectiva de produtividade média estadual de 31,2 mil quilos por hectare. “As condições climáticas adversas, como chuvas excessivas, granizo e temperaturas irregulares, impactaram a produção de maçã em diferentes microrregiões produtoras de Santa Catarina, como Campos de Lages, Joaçaba e Curitibanos”, afirma o analista. 

Segundo ele, as microrregiões enfrentaram desafios durante o ciclo de cultivo, especialmente com as chuvas excessivas e ocorrências de granizo, que causaram problemas na fase de floração, polinização e maturação. Também houve incidência de doenças e o atraso na colheita das frutas. A microrregião  dos  Campos  de  Lages, onde se localiza São Joaquim, foi a mais afetada, o que deve levar a uma redução de 13,6% na produção. Na microrregião de Curitibanos a estimativa é de uma redução de 2,6% e na microrregião de Joaçaba é prevista uma safra 0,2% menor do que a de 2022/2023. 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2022 Santa Catarina foi responsável por cerca de 54,6% da produção nacional de maçãs. Na safra 2022/2023, os produtores catarinenses colheram cerca de 557 mil toneladas de maçã em uma área de 15,3 mil hectares e produtividade de 36,2 mil quilos por hectare. Conforme dados da Epagri/Cepa, o preço médio recebido pelos produtores ficou em R$ 1,50 por quilo da fruta. Com isso, o Valor Bruto da Produção (VBP) de maçãs chegou a R$ 876,3 milhões. Esse valor foi 4,2% superior ao registrado na safra anterior. Dados detalhados sobre o volume produzido, a produtividade e os preços pagos aos produtores podem ser consultados no Boletim Agropecuário e aqui no Observatório Agro Catarinense, onde os dados levam em consideração as três principais regiões produtoras.

Aposta na produção de maçã

A região da Serra Catarinense conta com cerca de 2,7 mil produtores de maçã, a maioria agricultores familiares. A produção gerou, na safra passada, um valor bruto (VBP) de R$ 545 milhões. Na região, são produzidas 85% da maçã Fuji e 80% da maçã Gala do Estado. 

Um desses produtores é Valdir Marafigo, que tem sua propriedade no interior de São Joaquim. Ele conta que a família trocou a produção de batatas pelo pomar de maçã.

“Meus parentes foram trocando para a maçã e aí a gente viu que a fruta tem mais futuro. Faz oito anos que a gente faz a plantação em dois hectares aqui da minha propriedade. A coisa melhorou muito pra nós porque o serviço é mais tranquilo. Toda nossa renda sai daqui e agora não vamos mais sair da produção de maçã”, diz o agricultor.

A abertura da safra da maçã, em São Joaquim, aconteceu na Estação Experimental da Epagri e no Parque Nacional da Maçã. Participaram do evento a governadora em exercício, Marilisa Boehm, o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, o presidente da Epagri, Dirceu Leite, além de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), outras autoridades e lideranças ligadas ao setor, produtores da região, parlamentares e convidados.

Abertura da colheita, em São Joaquim, foi prestigiada por lideranças políticas e do setor
Abertura da colheita, em São Joaquim, foi prestigiada por lideranças políticas e do setor (Foto: Ricardo Trida/Secom)

Maçã Fuji da região de São Joaquim

Em 2021, a Maçã Fuji da Região de São Joaquim conquistou o registro de Indicação Geográfica (IG) na modalidade Denominação de Origem (DO),  concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A qualidade da fruta produzida na região é reconhecida devido às características exclusivas e essencialmente ligadas ao meio geográfico, incluindo os fatores naturais e humanos, e o processo de produção desenvolvido há mais de cinco décadas. A maçã Fuji produzida na região fria do Brasil se destaca pelo sabor e qualidade.

A conquista de Indicação Geográfica destaca que a maçã Fuji produzida na região de São Joaquim é diferenciada das outras produzidas no País, valorizando sua história e características. 

*Com informações da Agência de Notícias da Secom e da assessoria de imprensa da Epagri

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